A criação de valor através dos dados abertos
Publicado em 12 de maio de 2021
Quais os benefícios inerentes à abertura de dados?
A transposição da Diretiva (UE) 2019/1024 para a lei portuguesa tem uma relevância inquestionável na criação de valor para a sociedade, mas qual o seu significado? Quais os benefícios inerentes à abertura de dados?
Embora o aproveitamento dos dados abertos seja ainda parcial e se encontre numa fase de exploração, é possível no momento presente identificar uma variedade de benefícios e aplicações associadas aos dados abertos. Referem-se alguns benefícios da sua utilização, alguns observados em todo o mundo:
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• Transparência e responsabilização;
• Escrutínio democrático;
• Tempo poupado para os cidadãos, entidade públicas e empresas;
• Instituições governamentais mais eficientes e eficazes;
• Rastreamento e previsão de mudanças em tempo real, que permitem respostas mais adequadas e atempadas, com correspondente agilidade nos processos e serviços;
• Procura e acesso a dados mais facilitadas, com menos formalidades burocráticas, menos redundantes e menos onerosas;
• Interoperabilidade de sistemas;
• Desenvolvimento de tecnologia;
• Maior credibilidade das decisões;
• Formulação de políticas públicas mais informadas, esclarecidas e sustentadas;
• Decisões mais ajustadas às necessidades da comunidade;
• Decisões mais informadas menos baseadas em suposições/intuições;
• Sustentabilidade/eficiência energética e ganhos para o ambiente;
• Ganhos de eficiência e ganhos de produtividade;
• Participação civil e ativismo – auscultação, participação e contribuição dos cidadãos nas decisões, processos e procedimentos públicos, numa lógica de cocriação, para redefinição ou criação de novas políticas e serviços;
• Interligação de dados de diferentes agentes da sociedade que, num processo colaborativo, pode gerar soluções mais abrangentes, úteis, relevantes e criadoras de valor para a sociedade;
• Inovação social;
• Acesso e aquisição de conhecimento;
• Desenvolvimento da academia e, em geral, da comunidade científica;
• Promoção da investigação jornalística e do jornalismo de dados;
• Respostas mais rápidas e adequadas a contextos de crise;
• Desenvolvimento económico;
• Desenvolvimento da comunidade empresarial;
• Decisões de negócio mais informadas e otimização dos processos de negócio (marketing, inteligência do negócio, planeamento estratégico), entre empresas e empreendedores;
• Aumento das receitas;
• Desenvolvimento de novas aplicações, plataformas ou serviços de elevado potencial comercial, baseados em novos modos de combinação e utilização da informação disponível;
• Maior capacidade de absorção de conhecimento das pequenas empresas;
• Aparecimento de novas empresas com modelos de negócio assentes na criatividade e na inovação;
• Progresso das tecnologias digitais e estímulo à inovação digital, principalmente em relação à inteligência artificial;
• Criação de emprego através da produção de conteúdos digitais, do fortalecimento das empresas e da aplicação das tecnologias emergentes.
Estes são apenas 30 exemplos do poder dos dados abertos, mas as oportunidades são infinitas. Tais corroboram a importância da construção de uma sociedade orientada por dados, justa e sustentável, com foco nas necessidades da comunidade, que assista instituições governamentais e empresas, e privilegie a colaboração da sociedade civil, da académica e dos setores público e privado.
Adicionalmente, a União Europeia identifica os dados abertos como um pilar para o desenvolvimento da economia europeia e prevê um crescimento económico derivado da sua reutilização estimado em 194 biliões de euros até 2030.
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